quinta-feira, 8 de novembro de 2012

“O que você vai fazer quando enjoar daquele cd que ouve sempre que se sente mal? Que salvação você vai procurar? Não me leia sempre em tom de desafio ou ofensa, só me diga, me responda. O que você vai fazer quando ninguém atender mais as suas ligações? Quando ninguém te procurar mais? O que você vai fazer quando perceber que os holofotes estão em outra direção? Quais sonhos você vai manter? Quais madrugadas você vai querer viver? Me diz, o que você vai fazer quando o telefone não tocar mais? Seu suspiro não vai mais levantar a poeira da sala, ninguém vai mais perguntar por que seus olhos parecem tão pálidos, por que sua boca está tão ferida. Um dia, ninguém vai mais notar sua ausência. O que você vai fazer? Talvez você apareça no pensamento de alguém e passe. O que vai fazer quando se tornar só uma lembrança? Você vai chorar e ninguém vai notar, ninguém vai saber. Haverá o som da sua solidão - exatamente aquela que você tanto desejou. Para quem você vai desejar correr? O que você vai sentir? Que abraço você vai querer? Aquele que você mandou embora? Quantos dias você vai querer viver? Quantos planos você vai tentar? Quantos medos você vai criar? Quando ninguém te ligar mais, quem você vai querer que te ligue? Quem você vai querer que te salve?”

— Clarice

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