domingo, 30 de março de 2014

- Você não pode esperar nada de alguém que já não está mais na sua vida.

Foi uma bela constatação, como um tapa na cara daqueles bem fortes que pegam você desprevenido. E eu, que nunca levei um tapa na cara, sei bem a dor que é sentir.

Dizem que coração partido gera dor física, aguda, a falta de ar da decepção - eu sei. Eu sei. Sei que, durante todo esse tempo, precisei seguir sozinha e continuo sozinha, cheia de vazios que me parecem eternos e impossíveis. Incuráveis.

E qual vez será a próxima do início se no início já vem implícito o nosso fim?

Estou com medo porque me prometi não mais chorar, mas meus olhos enchem d’água nos finais de semana, nos domingos quando estou sozinha, quando sinto saudades ou tento, simplesmente, não sentir nada. Porque o jeito do meu futuro assusta tanto quanto o meu passado machuca, mas não devia machucar.

A vida seguiu e o tempo passou e o passado é só passado que se foi. Mas estaria mentindo se eu dissesse que não estou mais esperando e que a esperança é tão fajuta quanto foi a sua dor.

Talvez eu sempre vá esperar.

Até que.
Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro antes, durante e depois de te encontrar. Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar. Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência.

Martha Medeiros
Fotos da Linha do tempo | via Facebook
Último Parágrafo

terça-feira, 25 de março de 2014

segunda-feira, 17 de março de 2014

Quando faz silêncio, sou só. Sou só quando a música termina e a multidão se desfaz. Não tenho moradia fixa. Eu, que sempre aclamei lares. Perdi minha definição de casa entre viagens e pontes aéreas. Nenhum extremo se encaixa no vazio do meu peito, um pedaço sempre é esquecido do outro lado. Ouço risos em tragos de cigarros e não sinto nada, há convites irrecusáveis na caixa postal e não me sinto tentada a aceitar nenhum. A sensação de que meu tempo já não reside em raízes antigas está presente constantemente. Não há gritos de socorro porque não quero ser salva. As mãos não tem apoio além das paredes desbotadas do quarto. Nelas, fotografias de almas bonitas para não enlouquecer nas intermináveis horas. Gosto de recordações, olhos que se encontram no exato momento do flash, sorrisos escancarados na felicidade momentânea do clique. E não há sequer uma alma que compreenda todas as vezes que dormi com ânsia de um colo que ninguém pode dar. O silêncio através da janela colonial não absorve todas as vezes que olhei para o céu e senti o peito oco e, ainda assim, pesado. Os latidos da vizinhança não conhecem a solidão instantânea que me invade num cômodo cheio. O silêncio me inquieta e os sons me rasgam, as vidas que se desenrolam num baile de máscaras que prossegue o carnaval.

Sou invariavelmente só. Ainda que completa, ainda que receba tua mensagem saudosa às seis e meia da tarde - tua memória ecoará nos minutos das próximas horas, rascunhos de sorrisos surgirão, não mentirei -, ainda serei só às seis e trinta e um.

G.
"Aqui estou para falar dos desabrigados. Dos que não souberam apreciar a felicidade no ápice de sua passagem grotesca ou a tristeza no ápice de sua continuidade rotineira. Dos que trancafiaram palavras por medo e trancafiaram o medo por entre os dedos, obrigaram o vento a seguir em uma única direção. Privaram a liberdade de ser livre. Livraram-se dos desejos durante as noites quentes ou até mesmo nas tardes de outono que se prolongaram numa preguiça infinita de fim-de-tarde-quase-noite-com-Lua-minguante. Dos que não perdoaram, dos que fecharam os olhos à procura de vida longa, dos que olharam para o céu procurando o tesouro escondido no infinito. Onde se escondeu o infinito dos desabrigados? De nós mesmos? Onde foram parar os nossos sonhos? E a alma? As almas foram despedaçadas num momento precipitado, colocadas rente aos entulhos de uma ruela abandonada – vulgarmente chamada de “beco da solidão” – e nunca mais retornaram para seus respectivos jardins. Nunca mais conheceram a pureza de um toque ou de um zelo. De um beijo. De um nada. Os sonhos se esgotaram no horário de pico. Os corpos continuaram expostos ao Sol quente, à noite sem luar, sem abrigo, sem teto, sem estrela. Estáticos e sozinhos, visíveis a olho nu."
— ZainabN.

domingo, 16 de março de 2014

quantas vezes olhei para os horizontes e senti o infinito? quantas vezes, desde o fim, não estive a ponto de explodir, tão nostálgica e diminuída centenas de metros em minha plenitude? estive me desfazendo categoricamente e com certa obrigatoriedade, para então me refazer com a voz mais firme e o espírito mais forte. mas ainda estou em processos mutáveis, genuinamente dolorosos e inquietantes. sou um turbilhão de casos e descasos e paixões eternas que jamais me deixarão.

   durante as últimas, estive triste e tive vontade de chorar tão quanto uma criança teimosa que acaba de se machucar. mas como mulher escolhi engolir as minhas lágrimas de sangue e debulhei-me por dentro, com o coração em frangalhos e as mãos no peito. nas últimas, rezei. fechei os olhos e conversei com Deus em silêncio, com jeito de quem tem milhares de segredos pra entregar. das últimas, estive pagando dívidas inexistentes, com os juros mais altos com os quais já tive de lidar.

   algumas vezes levantei as mãos aos céus e pedi que o sono me levasse. estou mais cansada do que jamais estive, com pedras nos pés e pesos nas costas, de mãos vazias. quem diria, hã? quem diria?

coligir
“diário de uma epilética: ontem eu chorei durante horas até pegar no sono. chorei. e chorei muito. chorei porque estava triste. chorei porque me sentia sozinha. chorei porque me sentia pesada. chorei porque me senti desnecessária. ontem chorei durante horas. eu não era nada então chorei. chorei sem parar pra entupir o nariz. chorei baixinho pra não acordar ninguém. chorei. chorei. chorei. e doía o corpo todo chorar e senti frio, calor. eu senti ódio e amor. eu senti o peso do mundo e todo o seu horror. eu só sabia chorar. chorar e chorar e chorar. tudo era tão triste tão triste tão triste. então eu chorei. e hoje, quando acordei, tava tudo bem. tudo muito bem. eu era outra, completamente nova e não cabia chorar porque a dor ainda tá aqui, mas a coragem também está. eu sei doer muito e eu sei suportar muito também. (sei suportar muito tão bem)”

moscou, 1821
Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou…
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!

Florbela Espanca

segunda-feira, 3 de março de 2014

me assumo medíocre

estou no meio entre ser pouco e impossível
entre ser grande e esquecida
entre ser forno e porta dos fundos
entre ser universo e humano
estou em cima do muro
querendo me jogar em ambos os lados
sofrer de todos os amores
morrer por todos eles
pra renascer 60% de alguma coisa
eu assumo
e sumo
logo, logo

yas

domingo, 2 de março de 2014

Ela foi o meu demônio na calada da noite

Já passava da meia-noite e a única fonte de luz no ambiente provinha de um monitor ligado. Não tinha sossego, não tinha calmaria, cada movimento era faminto e voraz. Ela era como o demônio tentando possuir minh’alma, e eu podia ver sangue no seu olhar. O quarto era inundado pelo cheiro dos nossos desejos mais insanos, que uniam-se ao suor salgado que escorria do nosso corpo. Ela, cada vez mais dona de si, cada vez mais dona de mim. Entre tropeçantes respirações e com as unhas cravadas no meu colo, suas pálpebras luziam e seus movimentos transportavam-me para dentro dela. Éramos dois perdidos em busca um do outro, mas, ao mesmo tempo, queríamos a nós mesmos. E dançávamos conforme regíamos nosso concerto e confesso que nunca vi tamanha maestria compassada e harmonia, éramos a perfeição do caos e o caos pertencia-nos.
Eu tinha a inocência das galáxias e ela o esplendor do pôr-do-sol quando encontra com o mar no fim de uma tarde de verão. Desenhávamos nossos quadris no orvalho sereno que molhava o nosso colchão; e, assim, éramos lua, éramos sol, somos céu.

-Ofegar

Algumas maneiras de falar dos teus olhos caídos

A poesia está por trás das palpebras que escondem teus castanhos e percorrem todos os teus traços faciais. Não era necessário parar para ficar te observando, os minutos correntes já descrevia-te bem, mesmo assim eu parava, só por precaução, sabe-se lá quando eu os teria novamente, e tão facilmente tuas pupilas eram dilatadas e ao mesmo tempo pareciam luzir para mim.
Teus olhos por trás devem ter o mesmo brilho, eu até tentei encontrá-los, mas perdia-me na tua nuca e na raiz encaracolada dos teus cabelos e na tua camisa que insiste em ser maior que você. Eu deduzi que você conheceria o caminho melhor que eu, então me dispuz a seguir-te e eu pude perceber os teus passos apertados contra a ponta dos pés, e como subia timidamente pelas escadas, eu fui obrigado a sorrir.
A esta altura do campeonato tornava-se difícil manter uma respiração constante e uniforme, meu ar tropeçava dentro dos pulmões e eram cuspidos por minhas narinas. Devia ser a certeza de que teus olhos já me cercavam desde o porto e a vontade dos teus lábios macios. E da forma que chegou, tornou tudo mais leve, tal como livre. Nem me importei de estar despenteado e desajustado à sua companhia. Ainda me pergunto se havia mais alguém além de nós dois ali.
Mas, por falar nos teus olhos, vê se não os abra antes de eu pedir. Pra eu não perder tuas bochechas coradas e o sorriso apertado, e você evitando o contato visual, me pedindo com a voz aveludada pra parar. E eu me lembrarei daquele sentimento, da taquicardia e das borboletas que resolveram cozinhar no meu estômago.

-Ofegar
3x06 | Switched At Birth

Não me importa se eu mudo demais e me transformo demais e quero ontem o que não desejo mais hoje e preciso amanhã. Você diz, todos dizem, faça desse jeito” “ande por esse caminho”, e quando percebo, estou no chão da avenida, prestes a me jogar. Você diz que é defeito meu me importar tanto assim com algumas dores, e eu rio baixinho, quase que expulsando o ar de uma maneira leve, porque como é cara, você acha mesmo que não-se-importar ajuda sua estrutura emocional que diz, por si própria, que é madura? Pois eu gosto é mesmo de sentir a tempestade arrastando meus pés e imploro pro céu me devorar nas noites sozinhas que proponho uma autorrealização, um passe para a morte, para o fim das coisas. Eu não quero nada demais, eu quero tudo que tem para mim e que não encontro.

-floresinexatas
olhos que enxergam só o que sentem, não transcendem. tem línguas que falam melhor ao peito. problema de sensibilidade. aqueles que ultrapassam o tangível, sentem o universo mais perto, o que está longe de nós, a realidade à parte, o outro lado do mundo. expandir-se. tocar-se para tocar os espaços, adentrá-los e amá-los. problema de sensibilidade. há segundos, mudos, entre trocas e três suspiros, em que o choro vem da terra e o rosto escurece, se põe para este canto, nasce e se dá para outro. problema de sensibilidade. uns sentem além, transgridem a barreira entre o eu e a natureza, se sentem parte de algo muito maior. nós infinito, nós a beira de nós mesmos, em nó, em verso, em cor. nós em grito.

problema de sensibilidade. desconfio dos cegos, dos distraídos, dos que por falta de atenção tropeçam na rua - eles estão sentindo o mundo, em seu estado mais múltiplo, diverso e unificado. estão perdidos porque enxergam muros e depois passarinhos e passos e pés e multidões.

estão percorrendo distâncias em instantes, lá e aqui, ocupam mais de um espaço, não cabem, flutuam.

problema de sensibilidade: sentir-se uni-versificada. transcender os limites entre o verão e nossa pele, entre o cosmo e a paixão, a loucura e o êxtase, o peso e o poema, o raio e o trovão. saber ser ponte. e atrever-se a atravessar a própria sensibilidade. e sentir maior e mais livre e com mais ternura.

-Caosmoss

Os Bichos Azuis

Carlos, escuto a mesma música há pelo menos dois dias ininterruptamente. A forma de meu sofá aderiu o formato reto e seco dos meus quadris e eu juro pra você que não gostaria de voltar para o mundo na segunda-feira. Tá muito dolorido, tá tudo muito embaçado e eu tenho medo de pisar em falso. As minhas fés em coisas inúteis também têm sido destronadas, estilhaçadas. Quanto tempo não sei o que é viver, Carlos? Se é que eu soube algum dia. Conta pra mim como a gente limpa as feridas sem que as farpas entrem e gerem coceiras? Não sei o que fazer com o meu desânimo e só tenho tido vontade de colocar minha cabeça no travesseiro e, apertando-o forte contra o rosto, deixar cair sob mim alguma aparente morte, vazio ou dor. Tento não respirar por vinte e quatro segundos mas percebo que isso é o máximo que meus pulmões conseguem (ou melhor, que não conseguem). Dói e está doendo cada vez mais todo esse lance de esperar a vida explodir, como diria clarice. Quando vou explodir, quando o milagre acontece? Sinto-me inerte e estático diante do mundo que mal acompanho os beijos apaixonados e as febres fúteis de quem sabe amar até a última gota de suor. Isso é vida Carlos? Escrever sobre solidão 00:30? Isso não alivia ninguém não e só vai criando camadas de lágrimas que não deixei verem. Porque sou assim: me escondo feito animal arisco que não sabe reconhecer. Porque me debato no oceano profundo que mata mas não morro e pior, me afogo. Aos pouquinhos, como quem adestra uma vaca com fogo quente e lâminas cortantes. É assim que se vive? A lança na boca, prestes a entrar e acabar com a goela faringe laringe cérebro e todo o resto? Sinto-me anestesiado dessa parte que é viver e sobreviver e respirar e rir e sentir. Queria que todas essas obrigatoriedades caíssem por terra para que eu pudesse sair de casa e receber o soco no rosto sem reclamar. Desconforto e angústia é tudo que me abraça neste momento. Ninguém, nem mesmo Deus, sabe do horror que é caminhar com os ombros pesados a caminho do inferno; a caminho do fogo eterno e da ausência completa de amor. Vivo assim, os dias. Temerosos, pesarosos, exaustivos. Na faculdade, tenho vontade de sorver liberdade; em casa tenho vontade de aspirar fugas eternas; pelo resto do espaço tenho vontade de expirar e sair feito barata quando é atacada por nós: trêmulo, quase-morto, escapando espancado. Você está me entendendo, Carlos? Pois já disse tantas outras vezes a mesma coisa que o sol já trocou de lugar com a lua e a depressão está lá, rindo fina, rindo leve. É uma doença, eu sei. Uma doença de pele, de alma, de quem não se contenta com o pouco e passa a buscar coisas inomináveis, inexistentes. Seria esse o problema - ou a solução? Macabéa morreu atropelada mas nem me jogar para fora de casa, estatelado na rua num dia de verão, eu posso e consigo fazer. Me tira daqui antes que os bichos azuis entrem pelos meus olhos, chupem meu sangue e me arrastem para o abismo. Já não aguento mais esse quarto cheio de mim.

-Flores Inexatas

sábado, 1 de março de 2014

Há dias difíceis, admito. Há dias em que chorar como uma criança indefesa é o auge da minha existência, pois a vontade de me esvair é grandiosa e única. Há dias nos quais tenho tantas coisas na cabeça que machucam o meu coração que as consequências podem ser vistas no meu corpo, refletidas em meu olhos e no semblante machucado que carrego atravessando comigo todas as horas de um dia inteiro. Eu não sei como reagir, não sei. Há momentos tão dolorosos e perdidos que me pergunto categoricamente “O que estou fazendo aqui?”, e não há resposta. Estou cansada. Estou morta. Estou enterrada no meu quintal sem flores nos cabelos ou caixão de madeira ou vestido bonito, sem condolências e “meus sentimentos”. Ninguém compareceu ao meu enterro. Eu sou um texto que ficou perdido no fundo última gaveta do armário e perdeu a cor e a textura, junto com todo o sentido que fazia. Há dias nos quais a vida é pouca, rala, fria. Como o café que esfriou, a comida que azedou, a boca que amargou depois de acordar. Há dias nos quais tudo o que desejo é um colo, mas a casa tá vazia e todo mundo já se cansou de parar pra me escutar. É assim que funciona, porque todos nós temos um tempo de ressuscitar e as pessoas tendem a achar que já ressuscitei. Mas eu ainda estou debaixo do chão, respirando a escuridão que encobriu meu corpo, regurgitando a terra e a falta de compaixão. E o meu próprio estômago e o meu próprio coração.


-Coligir
Mas sabe, ela foi dizendo, eu não quero ser a projeção de ninguém. Eu não quero ser a interpretação abstrata realizada de ninguém, porque já fui isso, eu já estive lá. Eu não quero nenhuma esperança depositada nos meus ombros nem nenhuma vida cheia de expectativas exigindo de mim uma imagem proporcionada pelos seus próprios sonhos. Porque não sou nada disso, John, não sou. Nunca vou ser. Sou apenas eu, uma pessoa trivial com gostos e pensamentos e desejos triviais. Uma pessoa. Alguém. Praticamente ninguém. E eu quero alguém que continue me amando mesmo depois de ver tudo isso.

um desejocoligir
você consegue ver? como eu não queria ser torta do jeito que sou. como o remetente das minhas cartas continua em branco, mesmo eu sabendo exatamente para onde enviá-las. como eu rasguei todos os papéis, porque não consegui colocar meus pontos finais. como eu tenho medo, morro de medo, e por isso me escondo, evito a exposição. evito este jeito de morrer, porque dói demais pra mim. porque é muito pensar e ver quando a mentira apazígua tão mais a minha alma.

não quero mais ficar, coligir
A gente se cala, e não significa que estamos concordando com o que estamos ouvindo, a gente se cala por saber que temos uma facilidade muito grande em ferir quem está falando. A gente não se cala pela falta de palavras, a gente se cala pelo excesso delas.

Sean Wilhelm.
O desespero acalmou, virou uma tristeza amistosa que me impede de reagir, me impede de fazer planos, me impede até de sofrer - ela simplesmente me entorpece, imobiliza, é uma espécie de anestesia. Durma, querida. Durma, mesmo acordada. Durma, mesmo trabalhando. Durma e não preste atenção no que está acontecendo. Não está acontecendo nada mesmo.

Martha Medeiros
John green