quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Volto com o pescoço alongado de tanto perseguir com queixos altivos a sua beleza. Um nem aí escravo. O estivador amendoado não é seguro mesmo dentro de tanta enlouquecedora beleza. Enquanto ele se move de um canto a outro da festa, como dezoito sobremesas de chocolate para não ajoelhar no meio do evento, na frente de todos, e abrir o zíper do estivador amendoado.Sinto espasmos de ataque percorrendo meu corpo. Cada centímetro de mim quer ter boca para degustar cada centímetro do estivador amendoado. Seu braço é uma coxa minha e isso me emociona mais do que cem garotos angelicais lendo Dostoievski em puro russo. Medi com uma língua imaginária seus ombros e na metade, próximo a nuca, acabava a minha saliva. Você é homem de exaurir pessoas e suas imensas porcentagens de água. Sua existência exige do mundo melhores peles, melhores líquidos, melhores pelos. Você constrange a humanidade só de respirar. O oxigênio volta mais agradecido sempre que pode entrar e sair do seu largo e desenhado peitoral. Mas o estivador amendoado, ainda mais bonito por não saber de tamanho poder, fica frágil e sente ataques de ansiedade. E desaparece. Vai tomar ar como se o ar já não estivesse louquinho de desejo para ser tomado por ele. Acha que é doença mas é a lua que implora para vê-lo novamente. É o céu que cansado de embrulhar tanta gente feia clama por sua existência ao ar livre. É o sol que exaurido de iluminar os erros humanos precisa ser ofuscado um pouco por outro astro. Sim, nada é mais brega do que observar o estivador pensando tantos elogios de botequim. Estivador vai até a sacada, fecha os olhos, lamenta algo. Não lamente mais, eu dedicaria cada segundo da minha vida em vesti-lo, alimentá-lo e animá-lo. Sente-se nu em meu sofá e ganhe cinqüenta reais a cada vez que seus olhos amendoados piscarem. Mais cem reais a cada vez que seus cabelos amendoados caírem sobre seus cílios amendoados. Eu não sei que cor é essa "amendoada" mas sei que você é todo dessa cor que não sei direito. A cor de um dia frio com sol. A cor de uma noite com luzes quentes. Eu pagaria imposto a Deus pra ter você em minha casa, eu pagaria imposto ao diabo pra não ter você em minha casa por alguns dias só para me assustar dessa forma, depois, quando você surgisse de novo do alto da escada, perguntando se vou querer pipoca ou chocolate. Você me assusta como deve ser a alguém miserável encontrar um carro forte abandonado. Estivador amendoado, você arrancou as talas dos meus braços, sua beleza endureceu meus dedos. A ereção dos dedos que precisam te tocar então tocam as letras e formam um texto para usufruir você...

O estivador amendoado, Tati Bernardi

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


Ah, se a gente pudesse riscar tudo o que passou e escrever uma nova história. Mas eu não posso, você não pode. E só nos resta esperar e torcer para que tudo fique, de alguma forma, bem.
Clarissa Corrêa.

Spring Breakers (2013) PromotionalVanessa Hudgens & Selena Gomez

“Vontade de te ligar e te xingar de mil coisas. Ou de ir embora sem ter nenhuma intenção de voltar. Só que… Não dá. Quer dizer, eu não tomo remédios contra você. Mas é que eu deveria, entende? Você sempre foi como uma doença. E tudo que envolve você também. Só que eu sempre fui uma criança teimosa, daquelas que ainda vira o rosto pra não tomar remédio. Ou daquelas que gosta de ficar doente pra poder faltar a escola. Deve ser por isso que ainda não consegui me livrar de você. Porque eu sei o que fazer, mas me recuso a tentar.”
Cara, você de novo?

"Parei por tudo. Decidi parar de apertar o mesmo botão sempre, Stubb. Ontem pensei em te ligar, e pela primeira vez, não seria pra perguntar por que diabos a gente só dá errado. Mas seria pra perguntar, porque a gente ainda não deu certo. Você tenta, mas você faz tudo errado. Eu sou teu lado irracional, Stubb. E você sempre foi o meu lado racional e pé no chão. O irônico disso tudo, é que mesmo sendo meu lado racional, você sempre me fez ter as atitudes mais irracionais do mundo. Porque, eu sou apaixonada por você, Stubb. E eu nunca me apaixono por ninguém. Porque eu gosto, curto, mas depois… Passa. Mas você liga todos os meus sentimentos irracionais com você. E de todas as vezes que eu achei que tinha passado, você joga seu pózinho mágico, e trás tudo de novo. Acho que você nunca entendeu exatamente, o porque dessa minha inevitável, fuja de sempre. Mas acho que, o ponto é sempre o mesmo. Eu sei que não posso mais evitar as coisas, Stubb. Mas é que… Sei lá. Você ainda me causa uma confusão inteira dentro de mim. Você ainda faz com que eu me sinta de mal comigo mesma, e de boa com você. E eu tô esgotada. Você me dá motivos pra desistir, você me dá motivos pra largar pra já. Mas eu me agarro numa brexinha boa que você tenha, e fico nela. E eu não sei o que diabos você faz comigo. Só sei que mesmo não sabendo se cuidar, e nem se virar sozinho, você me dá sensação de proteção. Me faz te odiar com todas as forças quando vira as costas pra mim, ou quando briga comigo por coisas estúpidas. Porque você ainda consegue me causar as piores coisas do mundo. Só que, você também consegue driblar todas essas piores coisas. Porque se semana passada eu te odiava, eu sabia exatamente porque a gente só dá errado. Mas, hoje mesmo, eu larguei mão do nosso lado errado. Porque a coisa que eu mais odeio em você, é tudo isso que você me faz sentir. Porque a gente dá tão errado, que no fundo, dá certo. Quer dizer, esse é o nosso modo de dar certo, Stubb. E eu juro que desisti de achar algum controle nisso. Porque eu sei que, quando o assunto é a gente, tá longe de dar certo. Mas é o errado que a gente vai levando. Porque isso é a gente, entende? Eu sei que entende. Não tem problema a gente fingir que não suporta. Esse é meio que, o nosso modo de dizer as coisas que a gente tem medo de por pra fora. As coisas que todo mundo diz, mas a gente não aprendeu a dizer. Mas, é que, sei lá. Contanto que você não abra mão desse jeito imbecil da gente, eu levo. Porque acho que seria isso tudo seria bem mais difícil sem essa bagunça toda. Vai entender…”

robin and stubb.
Essa noite, eu queria que você estivesse aqui. Poderíamos conversar, brincar, nos provocar… O que você quisesse. Mas eu queria você aqui.

Cabana dos Sonhos.
ecstasyyyyyy:

Que tapa na cara

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


Eu perco o chão, eu não acho as palavras
Eu ando tão triste, eu ando pela sala
Eu perco a hora, eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim

Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio
Onde será que você está agora?

Metade, Adriana Calcanhoto
"Gostaria de dizer isto: acho estranho os adultos discutirem tão facilmente e com tanta frequência sobre coisas tão mesquinhas. Até agora eu achava que birra era uma coisa de criança e que a gente superava quando crescia."
- O Diário de Anne Frank

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

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Com duas conchas nas mãos,
Vem vestida de ouro e poeira
Falando de um jeito maneira
Da lua, da estrela e de um certo mal
Que agora acompanha teu dia
E pra minha poesia é o ponto final
É o ponto em que recomeço,
Recanto e despeço da magia que balança o mundo

A Bailarina e o Soldado de Chumbo

As coisas têm essa estranha mania de desandar como cobertura de bolo a muito tempo na batedeira. Quando menos se espera, tudo perde a consistência, a forma e a coragem. Tudo vira líquido e escorre lentamente pelo rosto. Nossa firmeza vai se esvaindo e o otimismo se cansa. A cobertura em neve, derrete e vira água pura. E nos perguntamos onde é que vai parar essa inundação que nos toma e carrega correnteza abaixo, sem certezas sobre o que virá e com tremendo medo da possível queda d’água adiante. Se ao menos houvesse um mapa da nossas vidas, poderíamos enxergar o destino, deixando a preocupação do lado de fora. Se ao menos tivéssemos certeza da eterna felicidade numa boia qualquer. O que será de nós agora que tudo saiu do lugar sem razão aparente? Continuaremos. Aos tropeços, trancos e barrancos e até sorrisos. Afundando e emergindo. Uma hora se aprende a nadar e segurar o ar por mais tempo. Nos afogamos mas recuperamos o fôlego. Em pouco tempo, havemos de voltar a superfície.

rio-doce

Já vi borboletas voarem faltando um pedaço da asa e rosas incríveis desabrocharem num copo com água. E é disso que me nutro pra acreditar que a meteorologia nem sempre está certa e que dias cinzentos podem ser prefácios de noites com sol.

Marla de Queiroz.

“Ela se entrega. Sem medo, sem vergonha, sem a menor falta de pudor. E espera receber o mesmo. Por isso, frequentemente se sente pobre, vazia, sozinha. Quem muito se dá, muito espera.”
Clarissa Corrêa.


“Juro que naquela noite pensei em te ligar, ja tinha ate discado o número quando percebi que não valia a pena, não valia a pena procurar saber como você estava, nem com quem você estava, foi melhor assim. O tempo tem passado e o tal “amor” que eu sentia por você tem passado junto com ele e daqui uns anos não seremos amigos, nem conhecidos seremos meros desconhecidos e vai ser melhor assim, você ai com sua vidinha mediocre e eu aqui juntando os cacos do que restou de mim.”

-Yago Alves - Hoje lembrei de você quando vi uma bola de gude com a inicial do seu nome desenhada nela.

Sou um caderno velho
uma cadeira quebrada
sou um vaso rachado
uma voz esganiçada.
Sou um ser incomodo
cheio de defeitos irritantes
precisando de concertos constantes.

Penejar

Às vezes dá como um frio, é o mundo que anda hostil. O mundo todo é hostil. De onde vem o jeito tão sem defeito? Que esse rapaz consegue fingir? Olha esse sorriso tão indeciso, tá se exibindo pra solidão. Não vão embora daqui, eu sou o que vocês são, não solta da minha mão.

Los Hermanos

Que caia sobre mim as estrelas
Sem ter pena. Que não se mirem, derramem-se. Se eu tiver de me queimar, que queime. Ultimamente vivo da ânsia de conhecer aquilo que não posso tocar mas admiro e não mais me faz jus o papel daquele que tem medo de ter em mãos o que é novo: num giro de graus escandalosos a minha volta fez sua revira fazendo-me alvo dos desastres de astros. Tudo isso que hoje toco fez-se insuficiente para mim.

A Iliterata

ah moça
se tu soubesse
a inveja que o sol tem
desse teu sorriso

nth
Mas vejam só
que ironia;
O sorriso já não
se solta durante o dia,
e a noite aumenta
com o escorrer
das lágrimas
de um choro
que sai, não pelos olhos
mas pelos pulsos.

-Mentalista.

“Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade. Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo. Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei. Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço. Porque metade de mim é amor e a outra metade também.

Oswaldo Montenegro.

'A vida é tão maravilhosa porque também é feita de colos, de feridas que cicatrizam, de amigos que celebram ou choram junto. Feita de pessoas apaixonadas e apaixonantes, possíveis e impossíveis, pessoas que machucam, pessoas que chegam pra curar.”
— Marla de Queiroz.

Sei daquele papo todo de “só espero que você seja feliz” mas não, eu não amo bonitinho assim, eu realmente espero que você encontre outra pessoa, que seja tudo um mar de rosas, que você se apaixone perdidamente por essa pessoa, e quando estiver igual eu, cega, entregando tudo na mão dela, que ela te “chute” igual você fez comigo, não por vingança, mas pra você aprender o quanto dói depositar todas as suas esperanças e sonhos em alguém que nunca se importou.

Guilherme.

A notícia de que ela vivia alegre, quando eu chorava todas as noites, produziu-me aquele efeito, acompanhado de um bater de coração, tão violento, que ainda agora cuido ouvi-lo.
Machado de Assis

Não nos permitimos. Ficamos presos, encapsulados dentro de nós mesmos, insensíveis ao nosso passado, atacados pelos nossos medos, apenas dois seres cansado, jogados de lado. De todo lado. Não nos permitimos. Permanecemos presos por paredes criadas num momento de desespero, perpetuando nossas fraquezas, deixando de brincar com nossos defeitos, remoendo possíveis segredos numa expectativa enorme, numa distância pouca, numa ânsia louca, numa procura desesperada de um beijo que não acontece, de um abraço que nunca se deu, de um sorriso que existiu por pouco tempo. Não nos permitimos. Sonhamos uma vida colorida. Resistimos. Adoecemos nossas almas, tínhamos os sorrisos amarelados. Tudo tingimos de tons acinzentados. Assistimos exaustos ao mesmo espetáculo, nos entorpecemos de viver pouco a vida, deixamos na poeira dois corações murchos, devastados pela existência e saciados dela. Ainda não enxugamos nossos olhos e o suplício persiste em fazer morada. Nestes corpos sedentos de amor, porém, fartos do martírio de viver… Não nos permitimos. Nos perdemos em crateras, transformamos tudo em dor, deixamos nascer uma triste primavera, de onde brotou uma rosa inócua, inodora, insípida e incolor. Não nos permitimos. Por que?

Cinzentos

Se chamas o amor a troca de duas temperaturas, o aperto de dois sexos, a convulsão de dois peitos que arquejam, o beijo de duas bocas que tremem, de duas vidas que se fundem… tenho amado muito e sempre!… Se chamas o amor o sentimento casto e puro que faz cismar o pensativo, que faz chorar o amante na relva onde passou a beleza, que adivinha o perfume dela na brisa, que pergunta às aves, à manhã, à noite, às harmonias da música, que melodia é mais doce que sua voz; e ao coração, que formosura mais divina que a dela… eu nunca amei.
Álvares de Azevedo

Mas eu sinto, sabe? Sinto muito as coisas. Tudo, todos. Mesmo que eu tente esconder, mesmo que eu tente não me mostrar. Mesmo que eu disfarce. Eu sinto tudo demais. E é por isso que às vezes as coisas doem tanto.
Clarissa Corrêa

Pois, diante desse imenso ponto de interrogação que é o futuro de todos nós, reformulei minhas crenças: estou me dando o direito de não pensar tanto, de me cobrar menos ainda, e deixar para compreender depois. Desisti de atracar o barco e resolvi aproveitar a paisagem.
Martha Medeiros

Tenho vontade de escrever e uma necessidade ainda maior de desabafar tudo o que está preso em meu peito. O papel tem mais paciência do que as pessoas.
O Diário de Anne Frank

Vem de longe, vem no escuro, brota que nem mato que dispensa cuidado e cresce com a mais remota chuva. Vem de dentro e fundo e com urgência. Amor vem de amor. Que não cabe, mas assim mesmo a gente guarda. A gente empurra, dobra, faz força, deixa amassado num canto, no peito, no escuro, dentro, ou larga pegando sereno. Amor vem de amor. Vem do pedaço mais feio, do mais sem palavra, do triste, vem de mãos estendidas. É tecido desfeito pelo tempo, amarelecido pelo tempo, pelo cheiro da gaveta fechada, pelo riscado do sol na madeira. Amor vem de amor. Vem de coisa que arrebata, vira chão, terra, cisco, resto, rastro, coisa para sempre varrida. É delicadeza viva forte violenta. Que faz doer, partir, deixar caído. Amor vem de amor. E dói bonito! Cheio de sabor.

Guimarães Rosa.

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.
Cecilia Meireles

Todos são gênios. Mas se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em uma árvore, ele vai viver toda a sua vida acreditando que ele é estúpido.

Albert Einstein

“Minha tristeza, na verdade, era falta de você. Era saudade. Era apego implorando pra não virar desapego. Era amor pedindo pra não ter fim, era amizade pedindo pra nascer de novo, era uma historia implorando um recomeço.”
~ Bernadete Guedes.
"Sempre gostei dessas pessoas que dizem logo de cara quem são, talvez por isso que meus melhores amigos sejam os mais filhos-da-puta, idiotas, cretinos e honestos. Não sei, com eles aprendi ser mais fácil, antes de qualquer conversa, contar seu nome, seu signo, onde nasceu e seus piores defeitos. Se a pessoa gostar mesmo assim, vai gostar mesmo, verdadeiramente." - Gabito Nunes.

❝Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não.

— Caio Fernando Abreu

domingo, 24 de fevereiro de 2013

"Por que você ficou frio e sumiu e esqueceu e secou e matou e deletou e resolveu e foi? E você diz que está trabalhando e eu me sinto idiota. Me sinto esfolada viva pelo mundo. Me sinto enganada por anjos. Me sinto inteira uma enganação. Respiro mentiras. Visto desculpas. Ajo disfarces. Porque a gente estava sim se amando mas você correu pra levantar antes a bandeira do "se fudeu trouxa, o amor não existe". Justo você que eu escolhi pra fugir comigo das feiúras do mundo...E eu achei que a gente podia ter uma bolha nossa pra ser louco e improvável e protegido do lugar comum do mundo mediano adulto das pessoas que riem e fazem suas coisas. E tudo ficou feio, até você que é lindo ficou feio.E eu quis me fazer cortes. Porque viver é difícil demais. E todo mundo me olhando, rindo, fazendo suas coisas. E daqui a pouco eu rindo e fazendo minhas coisas. E no fundo, abafado, dolorido, retraído, medicado, maduro, podre: onde está o amor? Onde ele vai parar? Onde ele deixou de nascer? Onde ele morreu sem ser? Por que eu sigo fazendo de conta que é isso."

Tati Bernardi

“Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida. Quero que você nunca mais deixe de pensar em mim.”
~ Tati Bernardi.
Senti-te perto, na distância de um espirro, foi especial, ouvir-te dizer o quanto me adora, foi bom. Acreditar na esperança que dias melhores virão, tá no coração a vontade de correr pro teu abraço. O que posso fazer? Vou esperar e desejar todos os dias você aqui, quando sentir-se pronto para aqui estar, venha. Meu amor pode cansar de te esperar, se não receber teu beijo, dê meia volta e volte; dê onde tu veio.
— Bianca Porfírio - Afago de Saudade que Dói na Solidão.
"Você me tem fácil demais, e não parece capaz de cuidar do que possui; você sorriu e me propôs que eu te deixasse em paz, me disse vai, e eu não fui. Não faça assim, não faça nada por mim, não vá pensando que eu sou seu.”

“Então é isso, acabou? É isso mesmo? Você desistiu mesmo de mim? Eu não sei, tô meio que confusa agora. Não estou conseguindo processar direito. Tem um monte de perguntas que quero te fazer. Tá sendo fácil pra você? Simplesmente recolher todas as suas coisas daqui, sair por aquela porta e fingir que nunca me conheceu? É isso? Tem tanta coisa na minha cabeça agora. E parece que estou prestes a ficar irritada, prestes a te ajudar a juntar todas as suas coisas pra terminar mais rápido e deixar você ir. Estou prestes a começar te xingar. Mas sabe, aqui dentro tá doendo bastante. Então é melhor eu me sentar um pouco enquanto assisto ao espetáculo. Eu sempre levando tudo na brincadeira, do jeito que irrita você. Com essa minha cara de paisagem, que também te irrita bastante. Eu sei o quanto você odeia não saber o que eu estou pensando. Agora te olhando, meu coração dói. Dói porque estou quase perdendo o cara que me fez sentir coisas únicas. O cara que é dono do meu amor. Bom, pensando bem, acho que estou prestes a me levantar e começar a desarrumar tudo que você já arrumou até agora, prestes a te olhar nos olhos e mandar você deixar de ser idiota e não ir a lugar algum. Acho que é melhor eu ficar quieta, porque se você quisesse ficar não estaria arrumando suas coisas. Não posso esquecer de te entregar aquela sua cueca box, aquela que eu sempre colocava depois do sexo que rolava entre nós dois, por isso você acabou dando ela pra mim. Também tem aquela camisa preta regata que deixava você lindo e que era a minha favorita, na nossa primeira briga você me mandou ela impregnada com aquele seu perfume que eu amava, embora me causasse uma crise de espirros, e junto tinha um bilhetinho que dizia ”A gente pode ficar bem? Já tô com saudade”. Você sempre soube me surpreender. Pensando bem, a cueca é minha e a blusa também, você não tem que levar, e pra falar a verdade eu não quero que você leve. Olhando daqui posso ver você guardando aquela calcinha branca com bolinha vermelha que eu te dei, você sempre teve uma tará pelas minhas calcinhas, mas com essa era uma coisa louca, então acabei dando ela pra você nunca esquecer de mim caso esse dia chegasse, embora a gente jurasse que nunca iria chegar. Eu tô muito confusa agora. Porra, eu não quero deixar você ir, mas porra, eu também não sei pedir pra você ficar. Eu nunca pedi pra ninguém ficar. Então eu não sei como fazer isso. As palavras estão ficando entaladas na minha garganta. Você tá quase terminando. Falta uns pares de tênis que estão espalhados pelo quarto, a escova de dente, aquele seu shampoo de criança que você insistia em usar, e eu te zoava por isso. Mas cara, eu amava aquele cheiro, quer dizer, eu amo. Em questão de minutos tudo vai tá pronto. Eu ainda não consegui dizer nada. Sentei mil vezes, levantei, fui até você, voltei, fiquei perambulando pela casa, e nenhuma palavra foi dita. Você me olhou desconfiado, afinal, você me conhece melhor que ninguém. Mas dessa vez você não está disposto a ajudar, dessa vez você não começou a conversa, não quis dar o pontapé inicial. Então será que você cansou mesmo? Será que não quer? Será que acabou? Ai meus Deus, estou muito confusa mesmo. Eu estou prestes a deixar meu orgulho de lado, mas estou com um medo filha da puta de não adiantar de nada. Mas você vale o risco, não vale? Bem, não é você que tem que responder essa pergunta, sou eu. Quem foi que fez seu coração bater mais forte? Ele. Quem foi que estava lá quando você mais precisou? Ele também. Quem cuidou quando você estava doente, brigou com suas amigas, estava na tpm, ou apenas cuidou por que queria cuidar? Sempre foi ele. Acho que é óbvio, não importa a pergunta que eu faça, a resposta sempre vai ser ele. então eu tô esperando o quê? Ele realmente sair da minha vida. Porque ele está pronto pra isso. E eu o amo, essa é a minha única certeza agora. E eu não posso perdê-lo. Não sem tentar. Então quando ele ia saindo pela porta do quarto eu parei na frente dele. As palavras sumiram, minhas pernas ficaram bambas e eu gelei. Burra, fala alguma coisa. Ele me olhou no fundo dos olhos e eu sabia o que aquele olhar queria dizer. ▬ Você cansou mesmo de mim? ▬ Não era essa a pergunta, não era isso que ele queria escutar, e ele ignorou. Então quer saber, foda-se orgulho, foda-se o medo da resposta, foda-se tudo. Eu respirei fundo e olhei ele no fundo daqueles olhos perfeitos ▬ Por favor, fica. ▬ Ele me olhou e sorriu. Não precisava falar nada, eu sabia o que aquilo significava. Era como se ele tivesse dizendo “Pensei que nunca faria isso, idiota”.”

Sou idiota, mas cara, é você que eu amo.
“O que nós somos agora? Porque eu me lembro bem do que nós éramos. Lembro de como éramos e de como queriamos ser. Mas e agora? Eu sinto como se não te reconhecesse. Como se a pessoa que eu conheci há alguns meses tivesse mudado totalmente de personalidade. E olha que a gente parecia conhecer um ao outro melhor do que a si próprio. Eu achei que sabia sobre todas as suas manias, seus hábitos estranhos e seus medos mais infantis. Mas você deve ter deixado de me contar alguma coisa pelo caminho ou soube esconder muito bem algumas coisas de mim. Agora a gente não passa de meros conhecidos. E é horrível ter que denominá-lo como passado. Ter que fingir que nunca aconteceu, que não foi bom e que eu não te conheço mais. Porque eu conheço ou pelos menos tive a impressão de conhecer parte de alguma coisa sua. Mesmo que a mínima possível. Você me cumprimentava com beijo na testa, abraço apertado, rodopiava ou só falava aquele “oi” estendido e preguiçoso. Hoje em dia finge que não me viu, atravessa a rua e de vez em nunca acena com a cabeça. Será que eu virei uma estranha pra você também? Será que você também não reconhece quem eu sou agora? Porque eu também mudei. Parei de esperar você voltar como fazia depois daquelas discussões sem motivos aparentes. Eu mudei. Parei de comer de madrugada e comecei a malhar. Parei de deixar tudo pra última hora, também não tenho mais o hábito de dormir de meias e agora eu já não tenho tanto medo da chuva. Eu não sou mais tão neurótica quanto ao meu peso e já parei de morder o lábio compulsivamente. Finalmente, larguei do refrigerante e bebo água diariamente, do jeito que você sempre sonhou. É, você perdeu uma grande evolução. Mas e aí? Você continua tomando café gelado? Continua dormindo sem travesseiro e já perdeu o medo de lagartixas? Você continua com aquele cheiro de shampoo barato no cabelo? Continua sorrindo pra todos os vizinhos e parou de fazer piadas idiotas? Perdeu a mania de rir nas horas erradas? E aprendeu finalmente a tomar seu remédio pra alergia na hora certa? Me conta. Você não tem mais nenhum pouco do que tinha quando eu estava na sua vida? Não restou nada do que éramos? Não restou nada de mim com você? Nenhum fio de lembrança, nem o som da minha risada? Porque tem tanta coisa sua aqui em casa ainda. Tem seu perfume, três camisas e toda uma vontade de correr pra você agora, nesse momento. Mas antes me responde, o que é que nós somos agora? Quem nos tornamos? Somos nós ainda? Eu e você como antes ou só duas pessoas estranhas? Porque se a resposta for a primeira opção, eu corro daqui até ai em dois tempos. E caso ela seja a segunda opção, eu tô indo de qualquer jeito. Porque adoraria te conhecer de novo.”
Gabriela Machado.

"Quero um dia poder fechar os olhos e dormir sem antes rastrear cada detalhe teu"
Gabito Nunes.

"É só ver teu nome escrito em algum lugar que o coração dispara. Não é de você que falam naquele jornal, ou naquela revista. Mas sempre vai ser você, entende?"
Casebre.
alguem-dissenatv:

Two And a Half Men

xis dê 
umafestapromeucancer:

parafuso e fluído em lugar de articulação
-heart-shapedbruises:

nostalgia

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


Ninguém tem todas as respostas. Às vezes, o melhor que podemos fazer é pedir desculpas, e deixar passado no passado. Outras vezes precisamos olhar para o futuro e saber que, mesmo quando achamos que vimos de tudo, a vida ainda pode nos surpreender. E ainda podemos surpreender a nós mesmos.”
— Gossip Girl.

Em que mundo eu vivo mesmo? No da lua, talvez. Essa minha mania de fantasiar diálogos, de criar uma cena de filme romântico com a pessoa amada só me desgasta. E me enoja. Estou cansado de viver na base de expectativas que no final acabam em frustração. Dói no fundo da alma quando planejo algo que por algum motivo acaba indo por água abaixo…. Não acho certo ficar criando esperança pelo que provavelmente não irá acontecer. É por isso que a partir de agora vou aproveitar minha fase eterna do não planejamento. “Bora beber?” Estou dentro. “Vamos tomar banho de chuva?” Já estou lá. “Que tal nos casarmos?” Cadê seu vestido de noiva?! Chega de viver nessa de anotação no diário. De rotular o que tens que fazer tal dia no calendário. Está mais no que na hora de meter o foco somente naquilo de melhor que a vida poderá proporcionar, do ficar olhando para trás como se os lamentos resolvessem todos os nossos problemas insolúveis.
— Camila Mendes

Queixo-me às rosas,
que bobagem as rosas não falam,
simplesmente as rosas exalam
o perfume que roubam de ti
— Cartola.

Elis Regina