domingo, 16 de março de 2014

quantas vezes olhei para os horizontes e senti o infinito? quantas vezes, desde o fim, não estive a ponto de explodir, tão nostálgica e diminuída centenas de metros em minha plenitude? estive me desfazendo categoricamente e com certa obrigatoriedade, para então me refazer com a voz mais firme e o espírito mais forte. mas ainda estou em processos mutáveis, genuinamente dolorosos e inquietantes. sou um turbilhão de casos e descasos e paixões eternas que jamais me deixarão.

   durante as últimas, estive triste e tive vontade de chorar tão quanto uma criança teimosa que acaba de se machucar. mas como mulher escolhi engolir as minhas lágrimas de sangue e debulhei-me por dentro, com o coração em frangalhos e as mãos no peito. nas últimas, rezei. fechei os olhos e conversei com Deus em silêncio, com jeito de quem tem milhares de segredos pra entregar. das últimas, estive pagando dívidas inexistentes, com os juros mais altos com os quais já tive de lidar.

   algumas vezes levantei as mãos aos céus e pedi que o sono me levasse. estou mais cansada do que jamais estive, com pedras nos pés e pesos nas costas, de mãos vazias. quem diria, hã? quem diria?

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