É engraçado escrever no papel, quero dizer, com o lápis de um lado, papel do outro. Um encontro explosivo. Acho que o motivo de nunca ter gostado de escrever no papel é porque possuo um turbilhão de ideias e uma imensa necessidade de colocá-las em palavras. Parece que quando transformo sentimentos em palavras, me esvazio. E quanto mais rápido, melhor. É como arrancar um band-aid. No entanto, permita-me discordar de mim mesma, escrever no papel é dar oportunidade para sua mente mudar de ideia. Por exemplo, esse texto era pra ser sobre você e eu estou divagando sobre papel e caneta. Tentando fugir do inevitável, como sempre.
Por que você faz isso comigo? Me assusta. Odeio sentir sensações que não tem nome. Por mais que livros tentem defini-las, não tem como. [...]
Eu tive certeza sobre você no minuto em que te vi. Tive certeza quando você deu o primeiro sorriso, quando arrancou minha primeira gargalhada. Tive certeza quando você contou sobre o seu passado que tanto se parece com o meu, quando notei que você tinha as mesmas dúvidas e medos que eu sempre tive. Tive certeza quando percebi sua compaixão. Tive certeza quando escutei o seu coração e ele falava o mesmo idioma que o meu. Um idioma que até então ninguém nunca tinha conseguido compreender. Você compreendeu. Você me compreendeu. Desculpa a repetição, é que não consigo acreditar.
Era você a pessoa que ia conseguir o que ninguém conseguiu. Me encantar. Meus olhos cansaram de se encontrar pessoas vazias, e acabaram por tomar o mesmo destino, se esvaziaram. Eram tristes, sem brilho, desconfiados. E você, ah, você. Você fez com que meus olhos brilhassem novamente. Aquele brilho que só existia nas minhas fotos de criança. E então eu tive certeza. No momento em que seus olhos brilham, o coração acelera, e o universo parece parar para observar vocês... É amor. Da forma mais pura que pode existir
Isabela Freitas
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