sábado, 9 de fevereiro de 2013


Unhas roídas, cabelos presos num coque desajeitado, olhos inchados e vermelhos. Precisava escrever. A abstinência de poesia a estava sufocando. Empunhou papel e caneta e vasculhou a mente em busca de uma ideia qualquer. Nada. Estava vazia, nenhum verso na menina poesia. Desesperou-se. Como era possível não haver mais rimas, versos, prosas… E pior que isso, como era possível que não houvessem sentimentos? Ela era a própria literatura, não havia sangue, mas sim palavras correndo em suas veias, finas e azuladas. Não era oxigênio e, sim versos, que faziam inflar seus pequeninos e frágeis pulmões. ”Estou morrendo.” Deduziu. Vestiu-se de preto, largou a caneta e fitou o horizonte. Não levaria deste mundo nenhuma saudade, além da poesia.

Cigana, Ah, as palavras são meu único abraço.

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