segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Minha vontade era de fugir. Jogar tudo pro alto, quebrar coisas, gritar até meu ar acabar e minha voz desaparecer. Mas eu não podia, por motivos óbvios, eu só não podia. Então meu corpo encontrava a única escapatória viável de demonstrar sentimentos: Chorar. Meu Deus, como eu odiava chorar. Principalmente por motivos banais, como os de costume. E quanto mais eu chorava, mais eu tentava parar e com mais raiva eu ficava e mais lágrimas caiam… Droga. Para. Controla. Não adianta chorar igual uma tola, nunca resulta em nada. Toda a minha vida eu me perguntei por que minha raiva era transmitida a lágrimas, agora eu entendia. Eu não fazia absolutamente nada para controlá-la, nunca o fiz, e agora toda a raiva acumulada durante anos e anos corria no meu sangue. Artérias preenchidas com sangue venoso, contaminando cada parte de mim. Como eu queria fugir. Com eu queria jogar tudo pro alto, quebrar coisas, gritar até meu ar acabar e minha voz desaparecer. Mas eu não podia, porque eu não queria parecer louca, porque eu não queria parecer vulnerável. O único problema é que todas as vezes que eu evitava esses acessos de loucura, mais eles tornavam meus sentimentos o que são hoje: Lixo. Um monte de lixo não reciclável e que a cada dia parece mais difícil de descartar. Como eu queria fugir, jogar, gritar, quebrar… Mas eu não podia, eu só não podia. Então eu chorava."
— im-mutable

Nenhum comentário:

Postar um comentário