Kauê Ferrero - “Frases como punhais que cravamos no peito”
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Sempre quis aprender a dizer palavras corretas. Dessas que não ferem e não machucam, e nem aquelas que te atravessam, te cortam e te rasgam. Cada manhã encontro as facas dentro da minha garganta, e luto por tirar-las, mas elas se movem e me machucam, me cortam e eu sangro. O sangue deixa marcas, pegadas e feridas; Feridas que não curam, por que são dessas feridas que são alérgicas ao tempo e sua medicina. Desejo acordar em uma manhã e saber que já não estarão em meu peito, mas não, sempre estão ali ao acordar novamente, cravadas em meu peito. Sempre invadindo a pele, me matando lentamente sem que algo ou alguém possa parar-lo. E tudo isso é por que não sei falar, não sei mexer os lábios sem que os punhais tentem sair em forma de palavras prejudiciais ao coração. Sem que seu principal objetivo seja ferir.
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