de ninguém, nunca. sou minha, rapaz. mereço-me e basto-me. meu coração, ah, esse voa. esse não cabe no pedaço antipático de carne barata que carrega meu nome. amo por minutos um infinito de verbos adjetivados. no fim, volto para os meus braços: mortos ou vivos. no fim, volto para a minha garrafa na gaveta com chave no criado-mudo. no meio, deixo de ser metade porque não sou dessas. inteira e pronta, sou feita de mim e para mim. e o peito, pássaro vadio, despedaça aos poucos pra parecer bonito e poético aos meus versos de solidão e dor. bato descompensadamente para ter o ritmo do vazio. sozinha-no-escuro-silenciosamente-secreto. o dom de se pertencer é eterno, devo dizer… e o de sentir infinito num quarto pequeno também.
dona, senhoria, sócia majoritária, presidente.
banda de uma só voz.
talvez você não entenda, não o culpo.
possuir-se leva tempo.
chicago, 1969
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