sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

MUROS

Não piche minhas paredes brancas.
Não escreva nos meus muros
palavras de revolta e revolução.
Meu branco pertence ao vazio
que você tanto busca preencher.
Dele tiro meus versos
e reflito a solidão que me dá assunto.
Meu povo não é assim tão manipulável
pra acreditar no que você diz que é ruim,
e nem assim tão manipulável
pra mudar de ideia com versos numa parede.
Não diga barbáries ao sistema no meu muro,
pois daqui, só quem o lê sou eu,
e eu sou tão desfavorável a ele quanto você.
Não invada meus muros
pois um dia vou pintá-los todos
com histórias de amor.

João, 60 Mil Anos

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