quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

a superficialidade do mundo me assusta.

eu não sei amar, não sei esquecer e não sei guardar as palavras em um canto qualquer. não entendo as pessoas que viram a cara pros problemas, pras ideologias escritas em muros, pra poesia seca que a gente não consegue salvar ao fim de cada dia. eu guardo metáforas nos fios do meu cabelo e tenho sonhos que poderiam preencher a solidão de cada um que já desistiu de ser alguma coisa. e eu juro que eu me agarro às esses pequenos sorrisos diários mesmo quando o mundo me fecha as portas porque eu simplesmente não sei lidar com tanto.

e as pessoas fecham os livros, esquecem as figuras de linguagem, amam somente o corpo. e alma nenhuma suporta tanto amor que não é. tanto amor por tanto material e nem sequer conseguem sentir o verdadeiro significado que o amor nos impõe: ser eterno em um segundo. amar por um segundo, sim, eles sabem fazer isso. mas amar de forma inacabada não se vê. nunca se viu.

a aceitação. o não argumentar. que mundo é esse onde ninguém sequer tenta mover uma peça do jogo? eu sou mais do que nunca agora o movimento e as pessoas só conseguem me mostrar a paralisação total de suas almas.

e aí eu fujo porque o que o mundo me impõe é : nenhum político presta, então é melhor ficar do jeito que tá. um hospital foi finalmente criado naquela cidade, isso é motivo de festa! eu amo você hoje, viu, amanhã eu vou amar a primeira pessoa que falar oi comigo. essa pessoa é demais, você tem que ver a casa dela na praia. pra que se preocupar com as pessoas que sentem fome se lá na televisão tá rolando uma briga entre aquelas atrizes que merece toda a atenção. pra que ler poesia, procurar um sentimento, sentir um pingo de curiosidade por qualquer coisa se o meu trabalho me espera?

fujo pra tentar salvar ainda um pedaço de alma que eu guardo. fujo porque eu não sei lidar com tamanha superficialidade. e aí me escondo. deixo de ser.
[evaporar]

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