quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O céu se calou, e como num ímpeto lágrimas de sangue correram por seus olhos, nuvens escuras se formaram e o silêncio foi quebrado pelo som estrondoso das nuvens se encontrando, em trovões, enquanto ainda chorava, em seu silêncio, nada percebeu, era como se estivesse só, como se aquela tempestade não existisse. Chorava. Gritava. Clamava por piedade. Não adiantou. Morreu. Talvez se tornasse um mártir, mas isso não era certo naquele momento, a única coisa de que se havia certeza era aquele corpo jazido no lugar sujo, sua alma falida, sem vida. Só isso. Nada mais. O assassino não se orgulhava de seu ato, mas sabia que nada podia ser feito para mudar aquilo, tentou de todas as formas evitar tal feito, mas ele sabia que no final aquilo teria que ser feito. Chorou (com sinceridade) pela alma perdida. Por que tinha que ser dessa forma? Era uma coisa com uma crueldade imensa, mas que tinha que ser realizada, sem pesar, sem arrependimentos, mas lá estava ele: chorando como uma criança. Queria se flagelar por estar naquele estado medíocre.Resolveu se levantar da cadeira em que estava, tomou um grande gole de seu café que o manteve acordado a noite inteira tentando evitar o que havia sido feito, jogou sua caneta no canto da sala e resolveu que nunca mais escreveria.

Anarquismos. Como a escrita morreu.

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