sábado, 31 de agosto de 2013

"Sábio foi o homem que escolheu o silêncio como forma de discução. O silêncio é o argumento dos sábios. Certas coisas não valem as palavras, ou até mesmo os gritos. Certas coisas são tão insignificantes que não valem um espaço no pensamento, nem mesmo um pouco de raiva. Como uma crítica mal feita, mal elaborada. Certas coisas não valem o esforço de uma atitude drástica. Sábio é aquele que escolhe o silêncio como arma. Na madrugada gelada o silêncio é o cobertor dos mendigos. Na tarde chuvosa o silêncio é som da leitura. O silêncio é uma oração, um credo, um amém. O silêncio é desespero, é calmaria, é tempestade, é garoa; O silêncio é o livro dos sábios, é o professor da criança psicopata e o amigo do escritor romancista. O silêncio é a guerra interna que acontece dentro de mim."
- Trovador
"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é…"
Fernando Pessoa
❝Se perdeu
entre sensações que nunca havia descoberto
e desejos de outras que talvez nunca fosse descobrir
estava perdida,
pobre garota.
E agora,
como se acharia?
Em meio a tanto caos
tantas lembranças
pessoas, sentimentos…
Perdeu-se justo
entre gente despedaçada
de sonhos sofridos (como os seus)
Sabe-se lá
quando voltará.
Quando ela mesma se achar,
talvez.
Perambulei e Tu-me-cativas.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais.

Ana Jácomo
❝Hoje não têm palavras em mim. Nem imagens, nem sons. Contudo, não estou vazia, antes pelo contrário, me encontro cheia demais. Há em mim um excesso de tudo que me preenche, um egoísmo nato, uma vaidade contida, um grito, uma multidão. Parte minha deseja criar-se, mover-se, saciar-se de outros, ser dona de si. Por isso parei. Fechei-me para avaliar-me, para desprender-me de toda esta arrogância, para equilíbrio das idéias. E não sei quanto tempo levará a limpeza da minha alma, nem o confronto de todos os eu’s. Volto para os trilhos de mim quando meu eu estiver inteiro, não como antigamente, mas renovado, pronto para continuar. Pessoas como eu, precisam ser direcionadas por algo maior, pelo próprio Deus, e eu estou acertando contas com Ele. Funciona assim: Eu despejo todos os meus devaneios Nele, sento na beira do caminho e escuto para onde devo andar. Assim que eu me encontrar eu volto, talvez dias, talvez meses, quem sabe.

-Tu-me-cativas, Só preciso daqueles momentos de fechar a porta e ouvir.
Quero os melhores romances, ou prefiro ficar sozinha. Quero as melhores lembranças, ou prefiro não lembrar. Ou vivo intensamente, ou vou levando essa rotina que não incomoda, não interfere, não fere, mas também não é vida. Vou dispensando tudo o que não julgo suficiente pra me roubar a solidão. Vou excluindo do meu convívio todos que não parecem prontos pra marcar meus dias.
— Verônica Heiss.  
"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."
— Clarice Lispector, último bilhete escrito no hospital da Lagoa, Rio de Janeiro, 7/12/1977.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

❝Fiz do meu caos um amontoado de estrelas. O meu sentimento eu pus no papel. A minha dor sarou com o tempo. Da minha vida, eu escrevi contos. E das pessoas, levei as palavras. As minhas filosofias, eu guardei pra mim. E o meu amor, depois de altos e baixos e abismos, acabou virando poesia. Usei minhas cores para colorir teus olhos cinzas de ilusão. E as minhas flores guardei em um pequeno jardim no fim do mundo. Esta alma que vos fala, dos ferimentos e das partidas, ousou criar rimas. Porque a vida passa, meu caro, mas o importante é sempre o que fica.
— Arcádico
❝Já desisti do que foge do meu alcance. Procuro dar o máximo de mim em cada situação, mas se o negócio emperrou, se a chave não gira, se a mula não anda, se vaca está indo para o brejo simplesmente deixe ela ir. Deixe. Largue de mão, pois às vezes a vida precisa mesmo virar do avesso. Não tente impedir que o mundo desabe. Deixe ele desabar, deixe os caquinhos se espatifarem no meio da sala de estar, deixe o gelo derreter, o bolo desandar, a canoa virar. E aprenda que muitas vezes o importante é se deixar desconstruir para depois fazer as coisas de outro jeito, mais fortes, melhores.
— Clarissa Corrêa
❝Tenho uma dor de concha extraviada.
Uma dor de pedaços que não voltam.
Eu sou muitas pessoas destroçadas.
— Manoel de Barros

domingo, 25 de agosto de 2013

Tem gente que encara tudo com uma seriedade absurda. A gente deve rir mais da vida e das desgraças. É claro que às vezes a coisa enrosca, aperta, complica, pesa. Mas tem que saber dar a volta por cima, rir, rir, rir. Rir absurdamente. Rir desajeitadamente. Rir escandalosamente. Inventar um riso e rir pra ele. Inventar um riso e rir dele mesmo. Inventar e rir de si mesmo.
Clarissa Corrêa
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sábado, 24 de agosto de 2013

Já não corro mais atrás de ninguém porque simplesmente entendi que não vale a pena. Seja uma amizade ou um amor. Se a pessoa é digna de você ela nunca estará nem a frente nem atrás, ela estará sempre do seu lado. Se você tem que correr atrás, então é porque a pessoa está fugindo de você. Sinceramente? Não vale a pena querer quem não nos quer! O mundo gira, tudo muda o tempo todo e tudo se renova, inclusive as pessoas de nossa vida. Apenas espere pelo melhor e saiba reconhecê-lo quando ele estiver do seu lado. Se tiver de ser será, e se for verdadeiro volta.
— Pedro Bial
Charles Bukowski uma vez escreveu: “Sempre haverá alguma coisa para arruinar nossas vidas. Tudo depende do quê, ou de quem nos encontra antes. Nós estamos sempre maduros e prontos para sermos levados.
One Tree Hill.
❝E eu assumi meu peso, eu assumi meus medos, eu assumi toda a merda. E assim, voei ainda mais alto, como se flutuasse. Eu peguei pra mim tudo o que soltava por aí e, surpreendentemente, fiquei mais leve. Se dava pra ir de pesadelo pra sonho deitada, imagina o que eu não poderia fazer da minha vida a hora que ficasse em pé.
Tati Bernardi.
❝Quando o sol bater na janela do teu quarto, lembra e vê que o caminho é um só, porque esperar, se podemos começar tudo de novo? Agora mesmo. A humanidade é desumana, mas ainda temos chance, o sol nasce pra todos, só não sabe quem não quer. Quando o sol bater na janela do teu quarto, lembra e vê que o caminho é um só. Até bem pouco tempo atrás, poderíamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem? Tudo é dor, e toda dor vem do desejo, de não sentimos dor. Quando o sol bater na janela do teu quarto, lembra e vê que o caminho é um só.
 Legião Urbana.
"Sou complexa, sou mistura. Sumo, surto, vou embora, apareço do nada. Odeio a falta de oxigênio das obrigações, encurto conversas bestas, estendo um bom drama. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar. Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. Sou isso hoje, amanhã já me reinventei." — Tati Bernardi.
❝Vazei. Para os lados, para cima, para todos os lugares que se pode imaginar. Não caibo mais em mim. Todo meu eu transborda com as alegrias que me são impostas. Sou vazante e não paro de transbordar de mim mesmo. Sensações. Cheiros. Sentimentos. Tudo transborda, enchendo odres e mais odres de mim. Isso é sensacional. Vazo e ainda continuo cheio de mim.
Anarquismos.
❝Sou forte. Meio doce e meio ácida. Em alguns dias acho que sou fraca. E boba. Preciso de um lugar onde enfiar a cara pra esconder as lágrimas. Aí penso que não sou tão forte assim e começo a olhar pra mim. Sou forte sim, mas também choro. Sou gente. Sou humana. Sou manhosa. Sou assim. Quero que as coisas aconteçam já, logo, de uma vez. Quero que meus erros não me impeçam de continuar olhando para a frente. E quero continuar errando, pois jamais serei perfeita (ainda bem!). Tampouco quero ser comum e normal. Quero ser simplesmente eu. Quero rir, sorrir e chorar. Sentir friozinho na barriga, nó no peito, tremedeira nas pernas. Sentir que as coisas funcionam e que tenho que trocar de jeito quando insisto em algo que não dá resultado. Quero aprender e, ainda assim, continuar criança. Ficar no sol e sentir o vento gelado no nariz. Quero sentir cheiro de grama cortada e café passado. Cheiro de chuva, de flor, cheiro de vida. Aprecio as coisas simples e quero continuar descomplicando o que parece complicado. Se der pra resolver, vamos lá! Se não dá, deixa pra lá. A vida não é complicada e nem difícil, tudo depende de como a gente encara e se impõe. Quero ser eu, com minha cara azeda e absurdamente açucarada. Não quero saber tudo e nem ser racional. Quero continuar mantendo o meu cérebro no lugar onde ele se encontra: meu coração. E essa é a melhor parte de mim.
Clarissa Corrêa.
" Suponha o seguinte: Que o amor é como um perfume, e o nosso coração o frasco onde guardamos o perfume. O que acontece se o frasco se quebra? Exatamente, o perfume se perde. Isso é a definição de frieza. Não que uma pessoa fria não tenha mais amor, pessoas frias têm apenas medo de quebrar de novo. "
"Eu que não fumo, queria um cigarro. Eu que não amo você, envelheci dez anos ou mais nesse último mês. Eu que não bebo, pedi um conhaque pra enfrentar o inverno que entra pela porta que você deixou aberta ao sair."
"Que roupa você veste, que anéis? Por quem você se troca? Que bicho feroz são seus cabelos, que à noite você solta? De que é que você brinca? Que horas você volta? Seu beijo nos meus olhos, seus pés, que o chão sequer não tocam. A seda a roçar no quarto escuro, e a réstia sob a porta. Onde é que você some? Que horas você volta? Quem é essa voz? Que assombração seu corpo carrega? Terá um capuz? Será o ladrão? Que horas você chega? Me sopre novamente as canções, com que você me engana. Que blusa você, com o seu cheiro, deixou na minha cama? Você, quando não dorme, quem é que você chama? Pra quem você tem olhos azuis, e com as manhãs remoça. E à noite, pra quem você é uma luz debaixo da porta? No sonho de quem você vai e vem, com os cabelos que você solta? Que horas, me diga que horas, me diga, que horas você volta?" — Chico Buarque.  
❝Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas. Tantas, tantas. Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. Que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente. E olhe pra ele. Olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama.
Caio Fernando de Abreu.
" São boas lembranças, mas agora estou de mudança. Vou deixar algumas memórias pra trás, não fica bem carregar tudo para um novo lugar. "
Gabito Nunes
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