domingo, 14 de abril de 2013

Pra te esquecer eu rodei três galáxias. Visitei uns vinte planetas e fiz até um reino. Eu bebi um pouco, admito. Fiz tudo que você sempre odiou. Eu deixei a barba crescer, evitei de falar sobre o assunto. O engraçado é que quanto mais eu tentava esconder, mas aparecia. Aí larguei. Arrumei a casa, dei uma geral até no quarto. Larguei a bebida, fiz a barba e comecei a passar as minhas camisas. Eu er...a desastrado com você, aí virei outro cara. O cara que você aprovaria, mas não gostaria. O cara que poderia te fazer feliz, mas não poderia te fazer amar. Porque você é certa. Porque teu quarto é arrumado, mas a tua vida é uma bagunça. Quer dizer, se eu tivesse sido o cara que você esperava que eu fosse, não ia ter nem um comecinho. Você provavelmente teria me dado um pé na bunda desastroso e ficaria com o primeiro filho da puta que aparecesse. Mas no caso, eu fui o filho da puta. E indo por essa lógica, vários outros caras legais já devem ter aparecido. Mas você é preto no branco. Você afirma gostar daquele cara sem graça, que ri das tuas piadas mas não te faz rir das dele. E pra te esquecer eu tive que me virar pra me tornar um desses caras. Eu tentava não ser sem graça contigo, mas te deixar sem graça. Nunca ri das tuas piadas, porque teu senso de humor sempre foi bom, mas tuas piadas eram péssimas. E o que mais eu fiz pra te esquecer? Larguei aqueles lugares qualquer. Tu sempre reclamou muito dos lugares que eu frequentava. E sempre afirmou que odiava essa minha mania de ser todo errado. Mas peraí, garota certa, você sempre gostou. Reclamava mas nunca teve coragem de largar e procurar alguém certo. Porque você nunca foi toda direitinha. Quem dirá certa. Pra esquecer você eu tive que me dobrar. E foi tudo uma grande de uma perda de tempo. Porque até conhecendo galáxias, visitando planetas e mudando, tu continuou aqui. E se eu fiz essa merda toda pra te esquecer, então me fala o que tu fez pra me fazer gostar. Porque tá foda.
 
Marejar

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