Eu estava na minha adolescência, aquele momento das paixonites e decepções. Cansada de sempre me magoar por acreditar demais nos outros, eu havia prometido não permitir que o amor adentrasse meu coração. Eu tinha 16 anos naquela época, até que conheci um garoto. Moreno, olhos claros, um sorriso estonteante. Nos tornamos grandes amigos, e foi então que eu passei a ter sentimentos por ele que ia além da nossa amizade. Não, eu não queria me apaixonar por um amigo. Mas quando dei por mim, já era tarde demais. Passaram-se alguns meses, até que tive uma chance com ele. Uma única chance para tudo dar certo, mas não deu. Ele partiu. Foi embora. Nunca mais tive notícia alguma sobre ele. Eu segui com a minha vida, com aquela saudade que sempre me apertava no peito. Hoje, com meus 22 anos, ainda penso nele da mesma maneira que antes. Tive outros amores, outros encontros, outros amigos. Mas nenhum deles foi como ele. Creio que o mesmo já deve ter encontrado aquela loira que tanto desejava, casado e até mesmo com filhos. Estou completando minha faculdade de medicina, e cansada de tamanha correria. Era sábado, e mesmo assim eu teria mais uma aula. Antes de ir, resolvi passar por uma cafeteria na qual eu e meus antigos amigos sempre nos encontrávamos. Estava um pouco vazia, por conta do horário. Sentei-me numa mesa distante e enquanto esperava meu Capuccino, observava a rua diante de mim cheia de casais esbanjado amor. Lembrei-me novamente dele, e uma saudade absurda tomou conta de mim. Ouvi o celular tocar, mas preferi não atende-lo, quem quer que fosse eu ligaria mais tarde. O sino que ficava na porta do local tocou, o que significava que alguém adentrou. Não dei importância, estava perdida em meus devaneios, até que ouvi alguém falar comigo.
— Ainda frequentando a mesma cafeteria? — Aquela voz, eu sabia perfeitamente de quem era aquela doce voz. Ele sentou-se de frente para mim, meu antigo e ainda amor estava diante de mim depois de tanto tempo tão longe. Continuava lindo, ou até mais, e ainda sim tinha aquele belo sorriso em teu rosto.
— Você continua o mesmo. — Sorri timidamente.
— Digo o mesmo sobre você.
— Bom, resolveu voltar para a cidade?
— Exatamente. Tinha assuntos inacabados com uma garota aqui.
— Hm… — Meu sorriso desapareceu por longos segundos. — Espero que se acerte com ela.
— É o que estou tentando fazer. Mas parece que ela está pensando que é outra garota, já que teu sorriso desapareceu quando eu falei isso.
Ele não havia mudado mesmo, ainda conseguia me deixar sem jeito com tão poucas palavras. — Besta. Eu senti sua falta, sabia?
— Eu ainda mais de você.
Conversamos por longas horas, deixei que ir à faculdade apenas para ficar com ele. Eu sempre tive esperanças de um dia reencontra-lo, e o encontrei. O garoto que eu tanto esperei voltou para mim. Sim. O meu amigo do passado, e agora meu amor do presente.
NÃO IMPORTAVA QUANTOS MENINOS PASSASSEM PELA MINHA VIDA, ERA ELE. SEMPRE FOI ELE."
-via : Remontando-Me.
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