domingo, 3 de março de 2013


“Você fica procurando o amor em todos os lugares. Parece aquelas perseguições estilo Tom e Jerry. Parece um bebê tentando segurar o sabonete em suas mãozinhas pequeninas. Ele sempre escorrega, escapa. Você acha que pode estar em qualquer lugar. Na escola, na rua, até na casa da vizinha. Fica atrás dele o dia inteiro, e se não está procurando por ele, está reclamando pela falta dele. Como se fosse isso que motivasse você a levantar, ir pra escola, almoçar, jantar ou sorrir. Você encontrou um garoto bonito e porque ele te sorriu uma vez, você já suspeita de que seja amor. Quando na verdade, amor mesmo a gente nunca sabe o que é, como é e quando estamos sentindo. Ele uma vez disse que gostava de você, e você destorceu tudo. Só porque passa tempo demais achando que o amor aparece bem na hora que a gente precisa ou quando quer. Você ainda não percebeu que é bem mais simples? Basta não procurar. Às vezes na padaria, ele está lá, comprando um pão ou um sorvete. Às vezes ele está atravessando a rua ao seu lado, quem sabe ele não está bem abaixo do seus olhos, e você se mantendo ocupada todo esse tempo, nem notou a presença dele. Você o procura tanto, que quando ele vier bater em sua porta, você não estará em casa para recebê-lo. Acontece que, você não pode sentar e esperá-lo. Deixe que ele venha até você, naturalmente. Vai, compra seu pão sem a paranoia de que ele está na padaria. Atravesse a rua prestando a atenção no semáforo e não em quem está ao seu redor, não fique suspeitando de todos os seus conhecidos e por favor, faça do amor um evento e não uma caçada. ”

— Gabriela Machado.

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