"Sem perceber meio percebendo, entrei no nosso ''jogo''.
Jogo é a palavra que mais chega perto de definir nossa relação. Jogo no qual joguei a moeda para o alto, você escolheu o campo, e eu fiz questão de rolar a bola. O que você não contava é que eu era uma ótima jogadora, conheço bem cada um dos seus truques e artimanhas, para falar a verdade, eles já estão até meio batidos. Sei me defender. Como qualquer jogo, nesse jogo também há torcidas. A torcida contra insiste em me dizer que este é um jogo perdido, e que eu deveria me dar por vencida. Aposto que eles dizem o mesmo a você. Mas será que devemos dar tamanha importância? Acho que não, afinal, somos jogadores profissionais e não vai ser esse o primeiro jogo no qual desistiremos.
E os jogadores do seu time? Que tanto insistem em tirar sua atenção de mim? Devo dizer de antemão que não adianta, é impossível que você deixe de prestar atenção na única pessoa que é capaz de te desafiar.
O juiz apita o “intervalo”, e a paz reina entre nós dois durante 15 minutos. Você tira a famosa frase da minha cabeça e me faz balançar, levitar, suspirar. Seu toque me trás arrepios, e sua voz borboletas no estômago, mas não. Jurei que não iria me entregar tão facilmente, eu não posso. Não posso.
“Inicio do segundo tempo”. Novamente vamos para lados opostos do campo e retomamos nossa batalha de egos. Eu contra esse sentimento que estava nascendo, e você contra o meu medo. Eu estava decidida a terminar de vez com essa partida, era muito simples. Eu ganharia, e você seria igual a todos os outros. Iria embora com todas suas mentiras, carinhos, e com a possibilidade de me vencer e convencer. Eu? Bem, eu ficaria apenas com as memórias criadas pela minha mente de como seria se ficássemos juntos, se nos permitíssemos. Enquanto planejava meu próximo movimento, escuto o apito. PENALTI!
Agora a decisão está em suas mãos. Só você pode acabar com esse jogo de uma vez por todas. Ficar para sempre ou ir embora sem olhar para trás? Decida se você quer rasgar a camisa do seu time e vir de encontro ao meu, me pedir que eu largue essa mania de jogar todos os fins de semana, e me convencer de que a vida não é só mais um jogo. Você prefere uma vida de disputa ou uma vida compartilhada ao meu lado? Sei que sou uma ótima adversária, mas te garanto, como companheira para a vida sou melhor ainda.
O juiz apita. Fecho os olhos. E aí, devo me amar ou me entregar?
De Isabela Freitas, para o melhor jogador que já conheci. É, você mesmo.
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