Tem uma árvore chorona ao lado de onde sentei. Com tronco escuro de musgo, de madeira que não seca, de postura grosseira, mas forte, firme e bela no seu jeito tosco de se enrolar nos galhos. Com cheiro de chuva, de seiva e choro. Com essas lágrimas que descem amarelas dos seus galhos. E se penduram, se expõem para quem passa, demoram para um dia pingarem, para um dia se esconderem no chão de grama, gatos e pisadas. Aí está sua melhor parte, nessas flores que se penduram e não alcançam o terreno de uma vez, como se mostrar suas lágrimas não fosse tão doloroso para ela como é para nós. Talvez por serem as lágrimas que o sol não quis recolher, quis deixar ali, amarelas e lindas para a gente ver que nem tudo que chora dói de dor doída.
Ipê,Layla G.
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