-Cannalha.
domingo, 16 de dezembro de 2012
Sinto que perdi toda razão, toda minha lucidez. É como se eu estivesse a beira de uma estrada deserta, longa demais, quente demais. Enfrento o sol, a fome, a sede, dores e cansaços nos pés. Não sinto vontade de gritar, aqui ninguém me vê, ninguém me ouve. Com todo esse caos vou secando e me misturando junto à areia. Sou apenas sombras encobrindo espaços. Já pude ser o contrário de tudo isso, eu ria sem motivos, carregava um olhar diferente, sonhador até, mas no decorrer desse caminho, tudo foi se cessando, as flores se tornaram cactos, a água um mar de areia, perdi toda minha vivacidade e mal posso sorrir direito. Conto somente com o tempo, que ele corra, passe depressa, e leve logo com ele todos os calos que essa jornada vai me deixar.
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