Camila Costa.
domingo, 30 de dezembro de 2012
"Você saía pela porta e me fazia berrar tantas vezes “não” e implorar quase de joelhos por um “sim”. Você jogava o seu jogo e eu levava um gol atrás do outro. O sol me cegou, a barreira pulou, o pé escorregou: eu levei goleadas do seu coração. Era metade demais para quem se dava por inteiro a ti, quem se jogava na lama, subia em árvores, ralava os joelhos e machucava as mãos. Então, eu não quebrei mais nenhum vaso, não rasguei mais cartas ou queimei incensos para espantar o seu cheiro. Gosto do seu perfume, é fato, vou gostar em você e em qualquer outro. Não invejo mais a aliança tamanho gigante da vizinha ou a minha sobrinha de cinco anos que ganhou uma rosa do namoradinho. Não me importo mais se a data passou e você esqueceu, se o telefone ficou mudo, se a campainha quebrou. Tudo porque eu não te espero mais. Qualquer dia você passa e me chama no interfone para uma bebida a mais ou um passeio calmo para ver o pôr-do-sol. É que o sol, para nós, já se pôs faz tempo."
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