“Hoje eu to um porre de amor.
Vamos falar de um porre de amor?
Amo-te porque não sei deduzir o amor sem lembrar teu nome.
Amor não, de um porre de amor.
Sabe quando você ama tanto que fica um porre?
Overdose, dear. Overdose, querido.
E diz que se beber de mim, vira porre matemático. Ao quadrado, triplo, elevado à quarta potência, e assim sucessivamente.
Eu quero te consumir em cada instante, porque teu tamanho contorna o universo e se encaixa no céu da minha boca.
O contorno dos teus lábios me dá disritmia e me faz perder nas linhas dessa frase que eu nunca sei onde é que vai terminar. Se é que vai.
Não termina, não para. Fica. Fica num lugar que te cabe e te precisa. E se for pra terminar, termina. Faz do meu ser ponto de término. Termina com teus lábios quentes no meu corpo e faz dele avenida de mão dupla.
Marca teu ponto nas minhas vísceras, mas não engole. Aliás, me engole que dentro de você deve ser lindo também. Coloca-me nos teus contos e faz-me o amor que arde em ti pelas flores. Eu não sou flor, mas posso ser.
Esconde-me no teu abraço e me afunda no teu colo, me afaga com tua pele macia de algodão. Faz-me sentir teu outro lado, teu outro lugar de viver.
Faço de você tudo aquilo que as minhas palavras, numa transa conecta, desejam fazer. Ofegar, perder o fôlego em cada verso que vejo nos teus olhos, só nos teus. Faço porque no vão dos meus seios cabe tua face, porque o silêncio da minha pele calma anseia o desalinho frenético das tuas mãos, porque meu sorriso torto é charme e convite à tua essência de homem que me quer tua, e nua, mapear cada canto meu com a cor do teu amor, só o teu.
E nos fios do meu cabelo o emaranhar dos teus dedos encaixariam perfeito, dançando aquela música que só tocam nos nossos ouvidos, de forma que os meus braços te apertem contra o meu peito e te faça sentir o que pulsa dentro de mim. Cada canto de mim ouriça os teus encantos que se funde ao meu desejo desenfreado de tomar o teu sangue quente, como quem toma chocolate quente em dias de neve.
E sentir cada canto do em mim. Como um nó dentro dos nós das nossas mãos, dos nossos corpos, do nosso jeito e silêncio dito nos intervalos do olhares desesperados por amor, por amar, por sentir o corpo, sendo um só, trêmulo e por sentir o infinito em instantes, indescritíveis e raros, marcados à pele, à boca, ao toque das digitais e fotografados na memória de uma cama desarrumada, que em nada se parece no alinho perfeito do verbo amor entre nós, no nosso nó.
Carol Souza e Ofegar
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