terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


O que é que faz a gente se apaixonar por alguém? No inicio, achei que fosse o sorriso. Porque a culpa de tudo, eu sempre digo, foi daquele sorriso que você me deu, da ponta da escada. Sorriso de quem não quer nada enquanto tá querendo tudo. Eu sabia que me apaixonaria por você, por que no final, eu sempre faço tudo errado. Abaixei a cabeça quando te vi passar, desviei o olhar e segurei o riso pras tuas piadas bobas só pra você não achar que eu era tão fácil assim. Tudo isso só pra não ser mais um dos teus rolos de sexta á noite. Eu tenho mania de exclusividade, já me falaram.
Houve um tempo, durante umas semanas ai, que eu achei de verdade que isso fosse dar certo. Que ia pra frente, que o futuro era nosso e que amar você seria fácil demais. Já disse que faço tudo errado né? Pra variar.
A gente não terminou a briga, então agora não sei se tá tudo bem ou se estamos de mal. E eu até poderia perguntar, mas tenho medo da resposta. Brigar dá preguiça e, na minha concepção, eu sempre tenho razão. Falta só você enxergar isso. Metade de mim quer pedir desculpas e te ter de volta. Consigo sentir teu cheiro e isso é uma droga, porque me dá vontade beijar teu pescoço e sussurrar palavras bonitinhas que te fariam sorrir. E se você sorrisse, estaria tudo bem, porque como eu já disse, seu sorriso é culpado de tudo. A outra metade quer sair por aquela porta e berrar que você me perdeu. Quer que você precise de mim bem mais do que eu.
E não pense que eu já não tentei não precisar de você. Tentei imaginar como seria contar as pintas das costas de outros caras, passar a noite em claro vendo outro alguém dormir ou até, dividir os karaokês desajeitados com alguém que soubesse mais de rock que você. Tentei me imaginar pulando em braços musculosos de um loiro alto e com olhos claros, alguém bem nada haver com você. Um cara que acertasse de primeira o dia do meu aniversario e quando a gente começou a namorar. Alguém que não falasse de outras meninas e que me olhasse daquele jeito bonitinho que os mocinhos sempre olham pras mocinhas naqueles filmes que dão vontade de vomitar.
A gente passou um tempão junto e eu esperei você me abraçar. Esperei que, ao menos, você me tocasse e colocasse a culpa na sua falta de coordenação motora. Nem que por dois minutinhos, quis te sentir ali. Mas você não me abraçou, e nem tocou sem querer em mim. E ai, eu senti que você tava indo embora.
Mas agora, de verdade, eu já não sei se devo te deixar livre ou te puxar de volta. Não sei o que vai doer menos. A gente já discutiu isso na segunda passada, ou no sábado, eu sei lá. Na verdade, a gente falou disso a semana inteira. Eu te disse que se fosse quisesse ir, que fosse. Que eu não ia chorar e nem espernear. Mas se ficasse, que ficasse pra sempre. Disse que, como o Caio, eu detestava o que me encantava e depois ia embora. E você disse que ia ficar.
Estranho, porque eu não te sinto tão perto agora. Eu te olhei quase implorando que você não me deixasse, mas você não viu. Ai pensei se algum dia você parou pra me olhar do jeito que eu olho pra você. Eu falei qualquer coisa, comentei do clima, não lembro bem. Só não queria deixar o silencio matar a gente. Mas você, pelo jeito, não tava nem ai.
Queria saber se você deixa uns minutos do teu dia pra pensar em mim, só pra não parecer tão idiota pensar em você o dia inteiro. Nunca acreditei nisso de almas gêmeas, de frutas pela metade, de gente que nasce pra outra gente. Antes de você, detestava dormir de conchinha. Detestava o calor corporal em excesso, as pernas jogadas em cima de mim de qualquer jeito e os pelos delas roçando na minha coxa. Detestava estar tão perto de alguém. Detestava quando algo durava o bastante pra fazer falta caso acabasse. Mas deixei a gente ser algo a mais porque eu achei que havia algo de especial em você. Não que, de cara, tenha pensado que você fosse algo como “o homem da minha vida”, mas passou pela minha cabeça que você era uma companhia agradável pra levar a vida toda.
Já vi acabar muitos “para sempres” por ai. Como a Hazel diz, alguns infinitos são maiores que outros. Estranho pensar que o nosso tem o tamanho de uma vida inteira, mas só dentro de mim.
O fim nunca pareceu certo para nós dois. Por isso, espero com todo o coração, que nunca aconteça.

Com amor,
Eu.

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