sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

“Sentada ao lado da janela ela olhava a chuva cair lá fora, a brisa gelada bater nos galhos das arvores fazendo as folhas caírem lentamente ao chão. Em meio a tantos detalhes, lembranças voltaram a assombra-la, memorias que ela preferia não lembrar, lembrando-se de tudo ela perguntava a si mesma - Porque ainda sofro? Porque esse amor ainda me assombra? - Ela pensava; revirando cada parte de sua mente, tentando eliminar qualquer vestígio daquele amor, ela estava se afundando em sua própria mente, se afundando em todas aquelas dores passadas, tudo tão surreal para uma menina tão nova. Tão nova e já cheia de dores, amores incertos, decepções. A garota que sempre parecia estar bem estava apenas fingindo,escondendo lágrimas através de sorrisos, ninguém nunca notara que nenhum daqueles “sorrisos” e “estou bem” eram verdadeiros, e se notou não perguntou. Ela já pensou em desistir inúmeras vezes de tudo, largar e fugir, se esconder, mas algo dizia para ela continuar forte, e assim ficou. Tão ingênua a menina deixou-se levar por paixões passageiras, deixou-se levar por amores incertos, mas lá no fundo ela sabia que nada daquilo iria durar, mas mesmo assim deixou-se levar, nada fez. Quando percebeu já era tarde, já estava machucada, já estava chorando. Ela não queria perguntas, não queria ter que responder ninguém, então ela se calou, não chorou, reprimiu aquela dor. Ela queria poder gritar, queria poder fazer alguma coisa para libertar a dor violenta que tinha por dentro, mas não podia. Ela segurou lágrimas por tempo demais, reprimiu dores que deveriam ser libertadas, e ela acabou cedendo, a porta ilusionara que criara se rompeu, e todas as lágrimas que reprimia caíram sem restrições.“

 Ana Brandão

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