“Hoje eu acordei. E hoje tudo me irrita. Tudo parece errado, torto, diferente de como eu deixei antes de ir dormir. E era pra continuar igual quando acordasse… Mas não. Hoje todo mundo resolveu discordar de mim, hoje todo mundo resolveu fazer algo pra me irritar, hoje todo mundo resolveu batucar na mesa, arrastar a cadeira, sujar a louça sem lavar, ficar no computador sem me deixar usar, ouvir músicas que eu odeio, rir alto sem me contar o motivo pra rir junto, se bem que eu duvido que iria rir, porque hoje todo mundo resolveu fazer piadas sem graça. Hoje todo mundo resolveu perguntar: O que você tem? Hoje todo mundo podia sumir até meu dia passar e eu ir dormir de novo. Mas… eu gosto de dias assim, porque são neles que eu paro e penso nas coisas sem perguntar a opinião de ninguém e tomo decisões próprias, faço planos, imagino momentos, organizo vontades, arrumo sonhos por ordem de urgência e necessidade pra vida ficar mais interessante. Dias como hoje são feitos pra olhar mais pra si e menos pros outros, mesmo que você note o que todo mundo está fazendo só pra poder reclamar. Dias como hoje são mais íntimos que nossos próprios aniversários.”
Federico Ezequiel Devito
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